sexta-feira, 25 de junho de 2010

Como Passar: Terceiro Passo


Como ler a fim de tirar o máximo de conteúdo.

Obs.: se ainda não leu, leia o 1º texto desta série aqui.
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A gente pega um texto e começa a ler. Logo aparece uma parte que precisamos voltar e ler novamente. Depois surgem várias repetições e a gente se pergunta por que está lendo isso de volta, mas está no texto então lemos. E, claro, se temos tempo e o assunto é importante, repetimos isso 2, 3 ou mais vezes.
Toda essa atividade consome tempo. Toda vez que temos que voltar e reler uma parte de um texto estamos dobrando o tempo necessário, e quando passamos pelas repetições do que já entendemos estamos desperdiçando tempo. Quando se soma todo o tempo ‘extra’ usado vemos que poderíamos ter estudado 2 textos se não fossem esses problemas, e não é possível voltar no tempo para recuperarmos o que perdemos.
Que tal evitarmos isso então? Embora não se possa eliminar completamente as repetições que freqüentemente aparecem em livros e outros materiais didáticos, diminuir isso é acessível, assim como eliminar o vai e volta ao ler. O que aprendi com pesquisa científica é bem fácil de entender e consiste em: 1) reconhecimento; 2) entendimento; e 3) reforço.
1)                           Reconhecimento. A primeira leitura que se faz é a descomplicada e direta. Nesta parte não há preocupação em entender nada, apenas identificar quais são os tópicos tratados em cada capítulo. Se simplesmente lemos o título de cada capítulo – e muitos deles descrevem o que vai ser tratado – isso não significa nada. Não temos idéia de como isso é tratado nem se isso vai ser melhor explorado em outra parte. Mas quando lemos sem compromisso obtemos uma idéia geral do que significa aquilo. À primeira vista pode parecer um desperdício ler sem procurar realmente entender, mas se lembrarmos que a estratégia é ter isso na ponta da língua pra hora da prova essa sem dúvida é a melhor tática. Mais uma vez começar devagar gera mais resultados a longo prazo e não há melhor teste disso do que a prática. Sem contar que ao ler sem ficar indo e voltando no texto, sem a preocupação, é uma experiência mais tranqüila e agradável, propícia para que a gente absorva melhor o conteúdo. É até contraditório que quando a pessoa não se preocupa em entender ela aumenta suas chances mas o melhor teste é a prática: tudo o que eu escrever aqui teste, veja os resultados por si mesmo.
2)                           Entendimento. Nesta fase já sabemos, mais ou menos, o que o autor quer transmitir e a nossa tarefa é identificar as idéias centrais do texto. E a melhor ferramenta para essa segunda leitura é uma caneta marca-texto. Na estrutura da língua portuguesa cada parágrafo tem que ter uma idéia central, mas muitos parágrafos são supérfluos e a idéia que está neles ou é repetida ou não nos ajuda, e esse é um erro muito comum que vi muitas pessoas fazerem ao acharem que tudo o que está ali é importante e acabam marcando tudo. O fato é que a redação muitas vezes se alonga por diversos motivos: a repetição com outras palavras – que inclui numa parte explicando e noutra exemplificando – a torna mais suscetível de ser memorizada (mesmo quando já memorizamos), é mais longo para dar a aparência de ser bom, desce a detalhes inúteis e etc. Como regra geral se marcar mais da metade então o que não devia ser marcado foi.
3)                           Reforço. Agora é hora de se ler apenas o que foi marcado. Este ponto é muito importante e serve para vários objetivos. Um primeiro objetivo é verificar se marcamos corretamente na fase anterior. O que o autor queria lhe transmitir está no que foi marcado? Em segundo lugar podemos identificar o que é de fácil entendimento e o que não é. Geralmente faço uma segunda marcação nos pontos que podem gerar confusão ou são mais complicados. Algumas pessoas usam uma cor diferente, outras sublinham, eu coloco um sinal de + ao lado. E ao fazermos isso temos um material perfeito para uma revisão de véspera, já que é muito mais curto e rápido que o original. O terceiro objetivo é justamente esclarecer qualquer ponto que não tenha ficado claro. De vez em quando precisamos escrever nas bordas ou fazer referência a outra parte do texto, ou até mesmo procurar outro material que explore melhor aquela idéia. Se o conteúdo pode sofrer atualizações podemos inclusive cortar parágrafos que não se aplicam mais – volta e meia nos meus livros tem um parágrafo riscado e ao lado ∄ (não existe) – ou adicionar algo.
Enfim, pode parecer que demora mais mas a prática me mostrou que acabo usando menos tempo a longo prazo e compreendo melhor. Sem contar que se precisar do mesmo material novamente isso fica extremamente rápido. De forma concisa: 1º “passar os olhos”, 2º “onde está o que eu preciso”, 3º “extrair pra você o que é importante”. Mais uma vez, não acredite no que está aqui mas verifique por si mesmo. Tenho certeza que vai gostar dos resultados.
Antes de mais nada quero lhe desejar boa sorte e muito sucesso. Nos próximos blogs vou examinar dicas, adicionar ao que já foi dito e contar mais sobre as pessoas de maior sucesso com quem tive contato.

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