segunda-feira, 28 de junho de 2010

Como Passar: Indo Além

Obs.: Se você ainda não leu, leia o primeiro artigo desta série aqui.
    “João se inscreveu em um concurso público e ficou preocupado com, se passar, quando que o chamariam.” Parece familiar? Já ficou preocupado em estar com uma boa colocação para ter a chance de ser chamado, só para depois se perguntar quando isso ocorreria? Isso é o que iremos tratar hoje, deixando essas preocupações para trás e conquistando nossos sonhos.
    Passar em um concurso é uma experiência excepcional, principalmente se é para um lugar que realmente queremos estar. Temos vontade de celebrar como se celebra um gol da Seleção Brasileira. Mas ir além e realmente conquistar uma colocação invejável, isso foi um dos presentes que ganhei ao aprender com o Juiz que comentei no último blog. (“Como Passar, Dicas: Vencendo o Desânimo”)
    Ele gostava de conversar sobre a área de direito e muitas vezes conversamos sobre isso. De vez em quando, claro, desviávamos da área de especialização dele e, qual minha surpresa, um dia depois de falarmos sobre algo que ele sabia a resposta mas não explicar, ele apareceu na minha mesa com uma matéria impressa explicando o assunto. Atitude excelente a dele. E depois disso comecei a perceber que, todo dia, ele procurava notícias e novidades sobre a área que atuava.
    E não era só isso, muitas vezes também dava aulas de direito, na sala de audiências, para seus oficiais de gabinete e para quem mais quisesse. O que mais me surpreendeu foi uma vez que vi uma sentença dele com quase 200 páginas. Era um livro! Perguntei pra ele por que fez uma sentença tão longa e ele me respondeu que o que a parte perdedora tinha pedido era correto, mas cometeram muitos erros de forma que ele não poderia dar ganho de causa a ela. Tinha então escrito tudo aquilo que para ficasse claro, para quem quer que a leia, quais eram os erros e como se fazia do jeito certo. Não foi dito, mas claro que uma sentença assim ajuda, e muito, quem tem o direito em causas similares. Naquela hora eu sabia que ele estava do lado que era justo, sem esquecer as leis.
    E por que contei toda essa história? Por que foi depois de observar esse juiz primeiro lugar que comecei a ficar entre os 10 primeiros dos concursos que fiz. Inspirado por aquela sentença me fiz uma das perguntas mais importantes que poderia: o que eu preciso fazer para ser o 1º colocado nesse concurso?
    Era uma pergunta diferente, ousada, e que, de certa forma, dava medo. Lembrei então que tinha visto ele ler um livro de forma extremamente rápida, e sabia qual era a primeira coisa que tinha que fazer, leitura dinâmica. Lembrei também de que ele sempre estava antenado para as notícias e pontos de vista sobre as matérias que precisava, e eu comecei a pesquisar sites e blogs que poderiam me adicionar algo. Passei a conversar mais sobre o assunto e as piadas começaram a surgir espontaneamente. E também a ir atrás de novas informações e jeitos de explicar algo quando notava que surgia qualquer dúvida, mesmo se a dúvida é de outra pessoa.
    É muito mais trabalho? Não, mas também não é pouca coisa. No final notei que tinha aumentado em 50% o tempo dedicado a passar em um concurso, mas não me importava. Só pensava em ver a folha de resultados com o meu nome no topo. Só de pensar nisso já fazia com que me sentisse muito bem. Lutar pelo 1º lugar é diferente, de alguma forma se imaginar lá inspira profundamente. E valeu a pena. No concurso seguinte eu fui 7º, e convocado na primeira chamada pela primeira vez.
    Ousar é preciso.

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