sexta-feira, 2 de julho de 2010

Como Passar em Concurso: Técnicas para a Memória

Muitas vezes podemos compreender um assunto, entender como se faz algo. Infelizmente também há casos em que temos que decorar algo. São números fixos, datas, e até parágrafos inteiros de instruções que precisam estar na ponta da língua palavra por palavra. Este último caso é raro, na maior parte das vezes acabamos por substituir o entendimento por decoreba, mas existe.

Em Direito, por exemplo, os números das leis e artigos algumas vezes são necessários na prova, outras vezes uma relação de ‘exemplos’ ou ‘casos em que algo se aplica’ (incisos) precisam ser decorados.

Depois de experimentar desde a simples repetição até jogos para a memória, passando por transcrição e gravando e ouvindo os textos, cheguei à conclusão que a repetição é o melhor uso do tempo, mas também encontrei jeitos de aperfeiçoar isso. Partindo do princípio que se quero ficar bom em alguma coisa devo praticar, me dei conta que ao ler várias vezes a mesma coisa eu estava treinando leitura.

Sim, decoramos com isso. Mas me perguntei por que não estava treinando lembrar!? Então parti para testar isso: cada vez que lia um trecho que precisava ser decorado eu parava por alguns segundos e, com os olhos fechados, lembrava o quanto pudesse do que acabara de ler. Não estava preocupado em saber tudo instantaneamente, mas iria testar isso por 5 a 10 minutos por dia, ao final dos estudos normais quando já sabia onde estavam os trechos que precisava.

Qual foi a minha surpresa quando, na hora da prova, a maioria daqueles trechos em que fiz isso eu podia me lembrar tão claramente que era como se estivesse com o livro na minha frente! Sabia inclusive a página e a posição em que estava!

E falando disso me recordo das palestras da semana do calouro na minha 2ª faculdade. Um dos palestrantes começou dizendo que iria ensinar um método de Harvard para passar nas provas. Claro que ele teve a nossa atenção imediatamente.

O que esse palestrante ensinou consistia basicamente em fazer anotações durante os estudos em uma folha separada. Apenas os tópicos principais e algumas idéias sobre o assunto, pouca coisa. E antes de dormir rever as anotações e se lembrar o quanto puder sobre o assunto. Isto precisa ser a última coisa antes de pegar no sono. Avisou também que era algo pra se fazer todos os dias, e não apenas na véspera da prova.

Ficam então essas duas técnicas para fortalecer a memória. Bons estudos e boa sorte no concurso.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Como Passar, Dicas: Organizando o Tempo

Já passou pela experiência de estudar por horas e horas e parecia que, embora no começo estivesse entendendo o que estava ali, depois de um tempo tinha que ficar relendo o mesmo parágrafo por 3, 4 ou mais vezes até entender? Ou então se forçou tanto a estudar que depois não conseguia fazer mais nada de tão cansado mentalmente?

Não faz muito tempo que estava ouvindo um expert em treinar atletas falando sobre um dos maiores jogadores de tênis da época, 3º lugar no ranking mundial, que não conseguia de jeito nenhum alcançar o 2º lugar, muito menos o primeiro. Viram e reviram os jogos dele e dos dois à frente dele várias e várias vezes e, a princípio, tinham a mesma capacidade técnica e física. Até que acharam uma diferença.

A primeira diferença que descobriram era que, no final do jogo, os dois primeiros estavam mais dispostos, com um pouquinho a mais de energia que o terceiro, e por isso fechavam o jogo a favor deles. Quando se vê isso a resposta óbvia seria mais treino físico, correto? Errado. Eles continuaram a estudar os vídeos, já que os treinos tinham duração e intensidade similares.

Perceberam então uma outra diferença: toda vez que havia alguns segundos de descanso o 3º lugar mantinha-se ‘pronto’ para qualquer coisa, enquanto os outros dois relaxavam completamente, inclusive trocando a raquete de mão para descansar a mão de jogo. Esses curtos momentos de descanso, ao longo da partida, faziam uma diferença no final, a diferença entre o melhor e os outros.

E por que estou colocando isso pra você? Por que fiz uma relação com os estudos. Pensando nesses momentos de descanso me veio à cabeça que, na faculdade, escola ou cursinhos, a estrutura de 1 hora é 50 minutos de aula e 10 de intervalo. No Japão os trabalhadores geralmente têm uma parada de 5 min. entre o começo da jornada e a refeição, e outra entre a refeição e a hora de ir embora. Coincidência?

Pesquisando um pouco mais a fundo descobri que o corpo (e mente) humano tem vários ciclos. Dormir e estar acordado, se alimentar, períodos do dia em que nos sentimos melhor, as mulheres têm o ciclo menstrual, também em estações diferentes naturalmente nos comportamos diferentemente, entre muitos outros. Mas não é só isso, os horários de aula também são baseados em pesquisa científica sobre a nossa capacidade intelectual.

Quem estuda Administração voltada a pessoas deve estar familiarizado com a pesquisa de Hawthorne e o aumento de produtividade constatado. Então essa é a minha dica: experimente honrar o ciclo natural do seu cérebro de prestar atenção e se recuperar. Comece com a tradicional hora-aula, a cada 60 minutos 50 de foco sem interrupções e 10 de descanso, que pode ser tirar uma soneca, ou fazer um lanche, ou alguns exercícios, conversar com alguém, etc. Evite continuar forçando seus olhos ou continuar na mesma posição.

Depois de algumas semanas observando os resultados, se notar que seu ciclo pessoal é um pouco diferente ou que sua capacidade aumentou, experimente com pequenas mudanças. Mas ainda assim sempre mantenha pelo menos 1 intervalo a cada 2 horas, para manter sua capacidade no ápice.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Como Passar, Dicas: Melhorando a Capacidade do Cérebro e mais.

Sempre parece que quem se dedica aos estudos para passar em concurso sofre com um desses 3 pilares da nossa vida. Ou não temos tempo, ou não nos sentimos bem como poderíamos estar ou acabamos por nos isolar para concentrar a atenção no concurso.

O que muita gente não sabe é que existem 3 outros pilares essenciais, e que se relacionam com praticamente tudo o que fazemos, seja um bom trabalho, se relacionar bem com os outros ou estudar. Na verdade são três formas de energia que se relacionam com a sua mente, com as suas emoções e com o seu corpo, e saber como melhorar em qualquer um deles pode melhorar seu desempenho em todas as áreas da vida.

Você já pode ter notado isso antes, de vez em quando estamos tão cansados que só conseguimos deitar e dormir, outras vezes queremos algo mas simplesmente não fazemos ou então fazemos de forma desordenada que não trazem, nem de perto, os resultados que gostaríamos de ter. Estava faltando uma dessas energias. São elas: energia física, força de vontade e intenção. E por intenção quero dizer a atividade consciente, dirigida intencionalmente.

Depois de muitos estudos e experimentos descobri que, na média, o ponto em que temos maior força de vontade é logo depois de acordarmos. Não tivemos que lidar com problemas, pessoas ou situações difíceis, estamos descansados e ‘prontos’. Essa, então, é a melhor hora para se pra começar algo importante e/ou difícil. E nada melhor do que começar exatamente aumentando a capacidade nessas 3 áreas.

Quando fui fazer um concurso que exigia teste de capacidade física logo imaginei que os estudos ficariam prejudicados. Tinha que treinar e separei um tempo pra isso todos os dias, na maior parte de manhã mas muitas vezes também à noite. Pra minha grande surpresa minha compreensão aumentou em muito. Só tempos depois é que me dei conta do porquê. Estava oxigenando melhor o sangue (e assim melhorando o funcionamento do cérebro), estimulando a produção de endorfinas (hormônios que nos fazem sentir bem), e melhorando meu sistema imunológico. Tudo ao mesmo tempo. Não é à toa que alguns experts afirmam que, se tivessem que escolher uma única coisa para equilíbrio emocional a longo prazo, essa coisa é aumentar o batimento cardíaco.

Não estou falando de ficar com a língua arrastando no chão, mas sim aumentar a freqüência cardíaca. Acredito que das 5 zonas de treino as melhores são as duas primeiras (1- saúde do coração, 2- queima de gordura). Confira >>neste site<< como fazer os cálculos e quais são as zonas de treino. Se você está totalmente sedentário, experimente começar o dia com uma longa caminhada, pelo menos 30 minutos, por duas semanas, e depois aumentando a intensidade ou indo pra academia.

E, falando em exercícios, não posso deixar de mencionar que se hidratar bem é essencial. Principalmente pela manhã, pois acabamos de passar por várias horas sem beber nada. Outra coisa é, depois de se exercitar, ter uma boa alimentação.

O corpo precisa dos nutrientes para se recuperar e construir um corpo melhor. Prefira consumir os alimentos mais próximos do seu estado natural e ficar longe dos processados já que assim cada grama de comida tem uma maior variedade de vitaminas e sais minerais, além de uma maior quantidade. Frutas são excelentes, nozes, leite e saladas também.

Vou frisar isso: procure fazer dos exercícios a primeira coisa do dia. Temos maior força de vontade, trazemos todos os benefícios do exercício para o dia inteiro e, com isso, temos mais disposição e facilidade em lidar com o dia-a-dia.

Tenha um ótimo dia!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Como Passar: Indo Além

Obs.: Se você ainda não leu, leia o primeiro artigo desta série aqui.
    “João se inscreveu em um concurso público e ficou preocupado com, se passar, quando que o chamariam.” Parece familiar? Já ficou preocupado em estar com uma boa colocação para ter a chance de ser chamado, só para depois se perguntar quando isso ocorreria? Isso é o que iremos tratar hoje, deixando essas preocupações para trás e conquistando nossos sonhos.
    Passar em um concurso é uma experiência excepcional, principalmente se é para um lugar que realmente queremos estar. Temos vontade de celebrar como se celebra um gol da Seleção Brasileira. Mas ir além e realmente conquistar uma colocação invejável, isso foi um dos presentes que ganhei ao aprender com o Juiz que comentei no último blog. (“Como Passar, Dicas: Vencendo o Desânimo”)
    Ele gostava de conversar sobre a área de direito e muitas vezes conversamos sobre isso. De vez em quando, claro, desviávamos da área de especialização dele e, qual minha surpresa, um dia depois de falarmos sobre algo que ele sabia a resposta mas não explicar, ele apareceu na minha mesa com uma matéria impressa explicando o assunto. Atitude excelente a dele. E depois disso comecei a perceber que, todo dia, ele procurava notícias e novidades sobre a área que atuava.
    E não era só isso, muitas vezes também dava aulas de direito, na sala de audiências, para seus oficiais de gabinete e para quem mais quisesse. O que mais me surpreendeu foi uma vez que vi uma sentença dele com quase 200 páginas. Era um livro! Perguntei pra ele por que fez uma sentença tão longa e ele me respondeu que o que a parte perdedora tinha pedido era correto, mas cometeram muitos erros de forma que ele não poderia dar ganho de causa a ela. Tinha então escrito tudo aquilo que para ficasse claro, para quem quer que a leia, quais eram os erros e como se fazia do jeito certo. Não foi dito, mas claro que uma sentença assim ajuda, e muito, quem tem o direito em causas similares. Naquela hora eu sabia que ele estava do lado que era justo, sem esquecer as leis.
    E por que contei toda essa história? Por que foi depois de observar esse juiz primeiro lugar que comecei a ficar entre os 10 primeiros dos concursos que fiz. Inspirado por aquela sentença me fiz uma das perguntas mais importantes que poderia: o que eu preciso fazer para ser o 1º colocado nesse concurso?
    Era uma pergunta diferente, ousada, e que, de certa forma, dava medo. Lembrei então que tinha visto ele ler um livro de forma extremamente rápida, e sabia qual era a primeira coisa que tinha que fazer, leitura dinâmica. Lembrei também de que ele sempre estava antenado para as notícias e pontos de vista sobre as matérias que precisava, e eu comecei a pesquisar sites e blogs que poderiam me adicionar algo. Passei a conversar mais sobre o assunto e as piadas começaram a surgir espontaneamente. E também a ir atrás de novas informações e jeitos de explicar algo quando notava que surgia qualquer dúvida, mesmo se a dúvida é de outra pessoa.
    É muito mais trabalho? Não, mas também não é pouca coisa. No final notei que tinha aumentado em 50% o tempo dedicado a passar em um concurso, mas não me importava. Só pensava em ver a folha de resultados com o meu nome no topo. Só de pensar nisso já fazia com que me sentisse muito bem. Lutar pelo 1º lugar é diferente, de alguma forma se imaginar lá inspira profundamente. E valeu a pena. No concurso seguinte eu fui 7º, e convocado na primeira chamada pela primeira vez.
    Ousar é preciso.

sábado, 26 de junho de 2010

Como Passar, Dicas: Vencendo o Desânimo


Obs.: Se você ainda não leu, leia o primeiro artigo desta série aqui.
Pra muita gente o primeiro desafio a vencer é o desânimo. Ele assume muitas formas, que vão desde simplesmente estar fazendo outras coisas, passa por não sentir vontade de estudar e até ativamente criticar os estudos de forma negativa. Algumas assumem formas criativas e até motivam a fazer outras coisas que estava protelando. Vamos então explorar um pouco este cenário.
O primeiro ponto a se pensar é se as principais razões para estudar são internas ou externas. Por externas quero dizer por que a esposa ou marido, namorada(o), família ou chefe estão pressionando para isso. Se as razões externas são as únicas, ou muito mais fortes que as internas, não nos sentimos bem em estudar, e isso afeta nossa performance. O melhor aqui é refletirmos sobre as nossas próprias razões para passar no concurso, refletirmos no que acreditamos e no queremos para nós mesmos.
Essa é a grande importância do exercício no. 1. Se rever as suas razões não traz a determinação de fazer, ou pelo menos uma tranqüilidade para estudar, está na hora de refazê-lo. Observe as emoções que cada razão evoca em você. Muitas vezes requer-se um pouco de criatividade, como tratar o concurso presente como se fosse um ‘simulado’ pro concurso que você realmente quer ou apenas uma etapa para chegar aonde você deseja. Pode também ser necessário rever tudo, procurar orientação vocacional ou de outra forma descobrir o que mais lhe atrai. Estar fazendo algo que se ama e se acredita é a recompensa.
Outras vezes sabemos que não está ligado a ser ou não o que queremos, mas nos sentimos desmotivados. Quer seja por acharmos que está demorando muito ou que os que passam são diferentes de nós, ou outra razão, saiba que todos nós passamos por dificuldades. Uma vez ouvi que a razão de termos problemas é por que nascemos, se não tivéssemos nascido não teríamos. Nesse ponto o melhor é levar o exercício 5 um pouco mais além. Ao invés de simplesmente querer saber o que fizeram para passar, procure conhecer essas pessoas como seres humanos e fazer amizade com eles.
Quando fui trabalhar com um Juiz Federal em muitos pontos considerava ele um verdadeiro exemplo, e por meses foi assim. Era um crânio, dedicado, tinha uma esposa absurdamente linda (pense capa de revista), procurava entender os outros e fazer uma diferença – melhorar nossa sociedade. Mas o cotidiano me mostrou que ele também tinha problemas, algumas vezes bem parecidos com os meus.
Por fim deixo uma pergunta para reflexão: daqui a 20 anos, se você olhar pra trás e ver tudo o que fez, o quê você dirá pra si mesmo? Se não está completamente satisfeito o momento para mudar isso é agora.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Como Passar, Dicas: Entendimento e Notas de Rodapé


Obs.: Se você ainda não leu, leia o primeiro artigo desta série aqui.

    Entendimento

Você pode notar que coloquei que “como regra geral se marcar mais da metade então o que não devia ser marcado foi.” Sem dúvida é uma boa regra geral, que deve ser adaptada a cada caso. Apostilas de cursinhos e livros de resumo normalmente são mais densos e podemos eliminar poucas coisas. Já materiais que exploram a fundo um tema podemos eliminar muito mais.
Veja como exemplo 2 livros sobre o mesmo tema: um é um resumo de 120 páginas, outro é praticamente uma bíblia do assunto com quase 1000 páginas. No primeiro marquei entre 50% e 70% do conteúdo, enquanto no segundo de 20% a 30%. O que acontece é que em um caso o equivalente a 70 páginas são necessárias para que se domine aquele assunto, as 50 restantes não apresentam impacto algum, assim como no outro o equivalente a cerca de 250 páginas trazem tudo o que eu preciso saber naquele momento. Os ganhos são óbvios.
Você pode estar se perguntando como é possível cortar 50 páginas de um resumo de 120. A resposta é simples, muito do abordado é tão básico que se infere (se subentende) do resto, ou então não conseguiria esquecer nem que tentasse. No outro caso é diferente. Geralmente livros de 1000 páginas contêm tantos detalhes que a maioria não é necessária. São materiais que apresentam diversos posicionamentos – digamos 3, o pró, o contra e o conciliador – e você precisa saber apenas o mais aceito (que será cobrado na prova), sem contar que exploram cada um sob diversos ângulos e só o que mais favorece a compreensão deve ser marcado. Com isso se reduz em muito o que realmente deve ser estudado.

    Notas de Rodapé

Muitas pessoas ignoram as notas de rodapé. Fui uma delas por muitos e muitos anos até que perdi questões exatamente por isso. Nem todos os materiais incluem essas notas mas se têm, elas podem ser um salva-vidas.
De fato, mesmo agora que tenho o costume de lê-las, na maior parte não adicionam nada. Tenha em mente qual é o seu objetivo: se é passar em um concurso, então as importantes são apenas aquelas que contribuem pra isso. Pra não perder muito tempo, prestar ‘atenção’ apenas na 1ª fase de leitura, o reconhecimento.
Coloquei atenção entre ‘’ justamente por que no reconhecimento não nos preocupamos muito com nada, isso é tarefa pra 3ª fase e não aqui. Então lemos as notas como todo o resto do texto, mas com uma diferença: já na primeira fase marcamos, de forma simples e diferentemente das outras marcações, quais notas leremos na 2ª fase, que é a de entendimento e marcação propriamente dita.
Não subestime a importância delas. Muitas vezes substituí inteiramente a página acima pelo parágrafo da nota por que me ajudava mais a entender o conteúdo. São casos raros mas que facilitam a nossa vida.

Como Passar: Terceiro Passo


Como ler a fim de tirar o máximo de conteúdo.

Obs.: se ainda não leu, leia o 1º texto desta série aqui.
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A gente pega um texto e começa a ler. Logo aparece uma parte que precisamos voltar e ler novamente. Depois surgem várias repetições e a gente se pergunta por que está lendo isso de volta, mas está no texto então lemos. E, claro, se temos tempo e o assunto é importante, repetimos isso 2, 3 ou mais vezes.
Toda essa atividade consome tempo. Toda vez que temos que voltar e reler uma parte de um texto estamos dobrando o tempo necessário, e quando passamos pelas repetições do que já entendemos estamos desperdiçando tempo. Quando se soma todo o tempo ‘extra’ usado vemos que poderíamos ter estudado 2 textos se não fossem esses problemas, e não é possível voltar no tempo para recuperarmos o que perdemos.
Que tal evitarmos isso então? Embora não se possa eliminar completamente as repetições que freqüentemente aparecem em livros e outros materiais didáticos, diminuir isso é acessível, assim como eliminar o vai e volta ao ler. O que aprendi com pesquisa científica é bem fácil de entender e consiste em: 1) reconhecimento; 2) entendimento; e 3) reforço.
1)                           Reconhecimento. A primeira leitura que se faz é a descomplicada e direta. Nesta parte não há preocupação em entender nada, apenas identificar quais são os tópicos tratados em cada capítulo. Se simplesmente lemos o título de cada capítulo – e muitos deles descrevem o que vai ser tratado – isso não significa nada. Não temos idéia de como isso é tratado nem se isso vai ser melhor explorado em outra parte. Mas quando lemos sem compromisso obtemos uma idéia geral do que significa aquilo. À primeira vista pode parecer um desperdício ler sem procurar realmente entender, mas se lembrarmos que a estratégia é ter isso na ponta da língua pra hora da prova essa sem dúvida é a melhor tática. Mais uma vez começar devagar gera mais resultados a longo prazo e não há melhor teste disso do que a prática. Sem contar que ao ler sem ficar indo e voltando no texto, sem a preocupação, é uma experiência mais tranqüila e agradável, propícia para que a gente absorva melhor o conteúdo. É até contraditório que quando a pessoa não se preocupa em entender ela aumenta suas chances mas o melhor teste é a prática: tudo o que eu escrever aqui teste, veja os resultados por si mesmo.
2)                           Entendimento. Nesta fase já sabemos, mais ou menos, o que o autor quer transmitir e a nossa tarefa é identificar as idéias centrais do texto. E a melhor ferramenta para essa segunda leitura é uma caneta marca-texto. Na estrutura da língua portuguesa cada parágrafo tem que ter uma idéia central, mas muitos parágrafos são supérfluos e a idéia que está neles ou é repetida ou não nos ajuda, e esse é um erro muito comum que vi muitas pessoas fazerem ao acharem que tudo o que está ali é importante e acabam marcando tudo. O fato é que a redação muitas vezes se alonga por diversos motivos: a repetição com outras palavras – que inclui numa parte explicando e noutra exemplificando – a torna mais suscetível de ser memorizada (mesmo quando já memorizamos), é mais longo para dar a aparência de ser bom, desce a detalhes inúteis e etc. Como regra geral se marcar mais da metade então o que não devia ser marcado foi.
3)                           Reforço. Agora é hora de se ler apenas o que foi marcado. Este ponto é muito importante e serve para vários objetivos. Um primeiro objetivo é verificar se marcamos corretamente na fase anterior. O que o autor queria lhe transmitir está no que foi marcado? Em segundo lugar podemos identificar o que é de fácil entendimento e o que não é. Geralmente faço uma segunda marcação nos pontos que podem gerar confusão ou são mais complicados. Algumas pessoas usam uma cor diferente, outras sublinham, eu coloco um sinal de + ao lado. E ao fazermos isso temos um material perfeito para uma revisão de véspera, já que é muito mais curto e rápido que o original. O terceiro objetivo é justamente esclarecer qualquer ponto que não tenha ficado claro. De vez em quando precisamos escrever nas bordas ou fazer referência a outra parte do texto, ou até mesmo procurar outro material que explore melhor aquela idéia. Se o conteúdo pode sofrer atualizações podemos inclusive cortar parágrafos que não se aplicam mais – volta e meia nos meus livros tem um parágrafo riscado e ao lado ∄ (não existe) – ou adicionar algo.
Enfim, pode parecer que demora mais mas a prática me mostrou que acabo usando menos tempo a longo prazo e compreendo melhor. Sem contar que se precisar do mesmo material novamente isso fica extremamente rápido. De forma concisa: 1º “passar os olhos”, 2º “onde está o que eu preciso”, 3º “extrair pra você o que é importante”. Mais uma vez, não acredite no que está aqui mas verifique por si mesmo. Tenho certeza que vai gostar dos resultados.
Antes de mais nada quero lhe desejar boa sorte e muito sucesso. Nos próximos blogs vou examinar dicas, adicionar ao que já foi dito e contar mais sobre as pessoas de maior sucesso com quem tive contato.